domingo, 5 de agosto de 2012

Análise: O excelente "Contrast" do Conor Maynard




"This guy will be the face of pop" - Pharrell Williams


A primeira vez que ouvi falar sobre Conor Maynard foi logo no comecinho do ano, como um garoto britânico de 19 anos, também "famoso" pelos covers no Youtube, que fora descoberto pelo Ne-Yo. As primeiras impressões que me vieram na cabeça, foram as semelhanças com o Justin Bieber (também "famoso" na internet e descoberto por um astro do R&B, nesse caso, o Usher). Talvez por essa semelhança, eu não tenha levado-o a sério naquela época, chegando ao ponto de nem ao menos lhe dar uma chance, ouvindo a proposta musical que aquele garoto oferecia. Me arrependo muito!
 
Depois de Justin Bieber se firmar como um dos maiores sucessos adolescente dos últimos anos e ganhar sua própria febre, todos os outros cantores que tentaram se lançar após ele passaram por um difícil processo de comparação, até firmar uma identidade que poucos chegam a conhecer no fim. Alguém aí se lembra do Cody Simpson? E daquele que teve um empurrão da Lady Gaga, Greyson Chance? Acredito que a resposta de muitos sejam não e caso queiram entender o quão crítica é esta situação, devo citar também o cantor Jesse McCartney, que se lançou para o grande público antes do Bieber, mas também foi atingido pelas comparações com o canadense, até cair no anonimato.


Deixando a febre do Justin à parte, temos aqui um nome que também tem sido bastante comparado com Justin Bieber e de uma forma um tanto injusta: Conor Maynard. Primeiramente, queria deixar claro que não culpo ninguém por comparar o cantor inglês com o Bieber  – eu mesmo cheguei a compará-los, mas temos um bom motivo para desfazer este erro e o motivo é o álbum de estreia do garoto, que foi lançado no último dia 30 e faz com que ele esteja a nível de ser comparado com um outro Justin, o Timberlake.

Em seu álbum de estreia, intitulado Contrast, Conor Maynard já se mostra alguns passos a frente de todos os cantores que já citamos neste post – com exceção do Timberlake, claro – uma vez que não deverá passar por uma fase de “amadurecimento pós-sucesso”, o que é ótimo. Com participações de Rita Ora, Ne-Yo e do produtor e fã número um do Conor, Pharrell Williams, “Contrast” é um dos melhores álbuns pop do ano e preenche – talvez não por completo – aquele lugar que poderia ser do Timberlake no pop atual, e a melhor parte de tudo é o fato da gente poder confiar no garoto. 

 
Em geral, as músicas do álbum falam sobre garotas, amor e música, o que é mais do que adequado para a idade de Maynard, porém, o CD aborda este assunto de uma forma nada cansativa e por mais que nos atinja com suas batidas radiofônicas, não vem com hits prontos e sim com um material autêntico e muito verdadeiro, que parece ter tido o toque do artista em questão em cada detalhe de suas faixas. O contraste do álbum é totalmente atual, sem ser muito legal ou pretensioso. Tem alguns refrões incríveis, estilos do hip-hop, batidas urbanas e músicas dançantes, além de colaborações impressionantes. O álbum começa em alta com "Animal" e mantém a energia por toda parte.
 
Até seu buzz single, "Can’t Say No", produzido pelo trio The Invisible Men (os mesmos por trás dos hits “Hot Right Now” do DJ Fresh com a Rita Ora e “Do It Like A Dude” da Jessie J), estrear em #2 no UK Charts o seu disco de estreia ainda era incerto, mas após os bons resultados alcançados é claro que a gravadora não iria perder muito tempo. Todo o buzz gerado na internet converteu-se em algo mais concreto quando Conor venceu o ‘Brand New for 2012′ da MTV britânica. O jovem ganhou a disputa batendo os rivais Lana Del Rey e King Charles e agora contará com o apoio da emissora durante todo esse ano.






Como já era de se esperar, Conor odeia ser comparado com Justin Bieber (algo totalmente aceitável ao ouvir o som dos dois). Ouvindo seu álbum fica claro que Maynard tem um objetivo, esse é uma coleção de faixas de R&B eletrônico creditáveis à um outro Justin: aquele que o pop perdeu para Hollywood. Os arranjos são inegáveis, mas da melhor maneira possível, as músicas do Conor são uma ótima incorporação dos elementos que fazem sucesso nas pistas atualmente com tendências urbanas resultando em uma incrível sonoridade pop.


Outra coisa que fica bastante evidente no CD é o quão britânico Maynard é – e talvez por isso o sucesso mundial não aconteça agora (mas pelo visto esse não é o foco do momento). Chegar no mercado americano com "Turn Around" ou "Take Off" certamente seria mais fácil do que com "Vegas Girl" ou "Can’t Say No", mas o que dá pra perceber é que Conor está mais preocupado com credibilidade do que com números.

Enquanto artistas que começam suas carreiras com menos de 20 anos sofrem pra se estabilizar com o passar do tempo e torcem para que em algum momento o adjetivo "amadurecimento" seja vinculado ao seu trabalho, Conor já chega bastante a frente de todos eles. Arrancar elogios de críticos como Caroline Sullivan, colunista do The Guardian, não é tarefa fácil. Em uma análise final ‘Contrast’ é um álbum coeso e empolgante do começo ao fim, apenas ignore as letras ocasionalmente questionáveis, tais como ‘peel my banana’… e siga em frente, sem medo, porque o álbum é incrível!


Conor já acertou duas vezes com os seus singles de estréia, com tudo, é nos clipes que podemos ter uma noção de que ele ainda não atingiu a maior idade. Lógico que comparado aos outros artistas da sua faixa etária ele ainda é de longe o que continua fazendo o melhor trabalho, mas o que falar do diálogo que rola no início do clipe de "Vegas Girl"? Olha só:

Conor : “Oh I’m sorry – I didn’t even see you”
Vegas Girl : “No, it’s totally cool, don’t worry about it.”
Conor : “Sorry, what was your name?”
Vegas Girl : “My name’s Allora, what’s your name?”
Conor : “It’s a pleasure to meet you, Allora, I’m Conor.”
Vegas Girl : “Nice to meet you Conor.”
Conor : “I didn’t mean to bash into your shoulder just then… Maybe if you give me your number… I know some good massage techniques….”

CÊJURA?! HAHAHAHAHAHAHA


Por sorte o resto do vídeo, gravado ironicamente em Nova York, conta com uma ótima fotografia e direção, mas Conor amigo, daqui pra frente contrata um roteirista que te enxergue pelo seu nível artístico e não por sua idade.





Com quatorze faixas, “Contrast" é um daqueles álbuns que te prende do início ao fim e se precisam de um estilo que defina este material, eu diria que traz um pop dançante, que ao mesmo tempo é urbano, R&B e flerta com o hip-hop. Quem curtiu os primeiros singles, “Can’t Say No” e “Vegas Girl”, deverá ficar muito satisfeito e ainda se surpreender com faixas como “Pictures”, que é a mais ‘timberleiska’ do CD e, “Mary Go Round”, que é uma baladinha um tanto fora do comum (se liguem no arranjo que entenderão) – uma das grandes responsáveis por eu ter curtido tanto o álbum. É muito bacana ver que o Conor Maynard está indo na contramão do atual mainstream, apostando numa sonoridade única e de muito bom gosto.


Resumindo: o “Contrast” do Conor Maynard não é bom, é ótimo. E levando em conta o peso do R&B e do pop nesta produção, não estou louco em dizer que ele deixou muitos recentes lançamentos deste segmento no chinelo, indo do “Fortune” do Chris Brown ao “Looking 4 Myself” do Usher. Sei que é um tanto comum ver artistas fabricados no pop e costumamos aceitar isso bem, afinal, tem algo mais comercial que o pop? Mas Conor Maynard está remando contra maré e neste caso, algo faz com que eu acredite que esta é a direção certa. Desejamos toda a sorte do mundo para o jovem britânico e realmente esperamos que Pharrell Williams não tenha se enganado, quando disse que o cantor seria o novo rosto do pop.

Por fim, não se enganem, mesmo que Maynard tenha surgido pelo mesmo caminho que artistas como Justin Bieber, há uma grande distância entre a proposta de cada um deles. E espero de todo coração, que ele se mantenha por muito tempo no mercado, por tão incrível e talentoso que é por si só.
 
 
 
Nota: 8,5/10

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Justin Bieber e o ótimo vídeo de "As Long As You Love Me"







Tava na hora, hein?! Justin Bieber, tem trabalhado duro para mostrar para o mundo que cresceu, como não aconteceu com o videoclipe de "Boyfriend", seu primeiro single do álbum Believe, o cantor tenta mais uma vez com "As Long As You Love Me" e desta vez Justin acertou em cheio. Ao contrário de "Boyfriend", o novo videoclipe consegue transmitir a imagem de um rapaz amadurecido, que sofre de amor e está disposto a fazer o que for para ter sua amada de volta em seus braços, mesmo que ele precise perder algumas gotas de sangue para isto.

O vídeo dirigido por Anthony Mandler, que dirigiu  "National Anthem" da Lana Del Rey é de longe o melhor da curta carreira do Justin e, como já havia sido préviamente revelado, traz uma versão moderninha de "Romeu & Julieta", onde Bieber ama uma garota, mas seu pai não quer ver o cantor nem pintado de ouro. O roteiro foi super bem trabalhado - brincando com passado, presente e futuro - e a fotografia também não deixa a desejar, sendo bem semelhante. Outra coisa que é super válido comentar é que Justin Bieber voltou a dançar e coreografia decente, viu?! O video conta com a participação do rapper Big Sean, que também participa da faixa e, do ator Michael Madsen, que é o papai mafioso.